
Embora seja um dos pilares fundamentais para a construção civil, muitas empresas e profissionais ainda têm dúvidas sobre o que é a orçamentação de obras. Além disso, há confusão em diferenciar a orçamentação do orçamento de obras, que apesar de serem similares, são diferentes.
Dessa forma, fizemos este artigo para sanar todas as dúvidas sobre o assunto. Apresentaremos a diferença entre orçamento e orçamentação de obras, etapas e o que não pode faltar no processo.
Continue lendo e confira!
O que é orçamentação de obras?
Orçamentação é um processo que visa determinar o resultado final da construção civil. Dessa forma, a orçamentação é a base para a fixação de preços na área no negócio da construção. Assim, um dos requisitos básicos para um bom profissional orçamentista é o conhecimento técnico sobre o assunto.
Ademais, a interpretação aprofundada dos planos, desenhos e especificações da obra permite que o profissional estabeleça a melhor forma de realizar cada fase referente à obra. Assim, identificar a dificuldade de cada etapa e serviço é compreender os custos da execução da obra.
Além disso, alguns parâmetros não podem — por motivos técnicos — ser determinados com exatidão como:
- Fenômenos naturais (chuva, condições do solo);
- Problemas de produtividade (mão de obra e paralisações por diversas origens);
- Disponibilidade de material (que em muitas vezes depende da flexibilidade dos fornecedores).
Vale destacar que o lucro é a finalidade de toda empresa. E não poderia ser diferente na construção civil. Dessa forma, é necessário que as empresas invistam tempo e recursos para aprimorar essas etapas, a fim de aumentar a margem de rendimento e melhorar seus ganhos financeiros.
Qual a diferença entre orçamentação de obras e orçamento?
Um erro muito comum, principalmente entre profissionais iniciantes no ramo da construção civil, está em não saber diferenciar, de forma correta, o orçamento de obras da orçamentação.
Enquanto o orçamento de obras é o resultado final do custo ou venda da obra, a orçamentação é o processo para determinar o resultado final.
A orçamentação de obras, portanto, não é nada mais que uma estimativa de custos de uma obra até o seu resultado final. Dessa forma, é essencial levar em consideração diferentes condicionantes como materiais, mão de obras e equipamentos, despesas gerais do canteiro de obra, tais como:
- Infraestrutura e instalações provisórias;
- Licenças;
- Impostos;
- Eventuais riscos;
- Escritórios.
Ademais, é importante ressaltar que a estimativa é feita como se a obra fosse possível ser executada algum dia. Desse modo, os insumos e preço dos serviços variam com o tempo por conta de diferentes fatores, como disponibilidade de mão de obra e materiais, inflação, entre outros.
Assim, é fundamental que a orçamentação de obras apresente um “prazo de validade”. Isto é, um prazo para que ela sirva de parâmetro para uma construção real. Caso contrário, a edificação será feita com base em dados defasados, muito distante da realidade atual.
Etapas da orçamentação de obras
Podemos separar as etapas da orçamentação de obras da seguinte forma: análise das condicionantes; a composição dos custos; SINAPI, insumos e serviços; fechamento da orçamentação de obras (com a curva ABC de insumos e serviços).
Análise das condicionantes
É necessário analisar todas as condicionantes que impactam diretamente a construção. Essa primeira fase envolve a leitura do projeto e das suas especificações técnicas. Além disso, aborda sobre a definição do local onde será construído o empreendimento, assim como considerar o edital (especialmente em obras públicas).
Esse estágio inicial da orçamentação de obras corresponde a um levantamento de dados que servirão de base para serem utilizados na etapa seguinte. O prazo para a efetivação da primeira etapa varia de acordo com a natureza e complexidade do projeto.
Composição dos custos
Uma obra envolve custos diretos e indiretos. Ambos devem ser incluídos no cálculo para que se faça uma orçamentação de obras precisa.
Os custos diretos estão relacionados ao campo de trabalho e estão ligados, de forma direta, com a execução da construção. Eles podem ser registrados como verbas, quando não há uma unidade que pode ser medida (paisagismo e ambientação), ou unitários (m³ de concreto).
Por outro lado, os custos indiretos não agem diretamente sobre a produção da obra, mas são essenciais para a conclusão desta. Entre os exemplos mais comuns de custo deste tipo, podemos destacar salário de funcionários do RH, compra de materiais para escritório, impostos e pagamento de seguros.
É importante identificar todos estes serviços. A análise precisa ser feita de forma paralela ao projeto e junto com a equipe que executará a obra. Tudo que a orçamentação definir precisa ser compatível com o que será executado de forma posterior.
Com a listagem dos serviços e unidades, o engenheiro responsável por essa etapa precisa realizar o cálculo quantitativo referente à obra. O cálculo demanda bastante tempo e é necessário atenção para que não sejam cometidos erros ao resultado final.
Dessa maneira, além de um bom profissional, é necessário que este tenha acesso a uma boa metodologia de trabalho, além de equipamentos, como softwares.
O cálculo de materiais deve ser realizado de acordo com o projeto, respeitando especificações técnicas e o memorial descritivo estabelecido anteriormente. Projetos que são alterados de maneira agressiva prejudicam um cálculo preciso tanto na etapa de orçamentação de obras quanto no próprio orçamento.
Posteriormente, é necessário buscar no mercado de insumos que foram orçados e fazer uma análise de preços, considerando gastos indiretos e diretos. É importante, também, não esquecer os encargos trabalhistas e sociais relativos à mão de obra.
SINAPI, insumos e serviços
Os custos unitários são essenciais para uma correta orçamentação da obra. Os insumos mais comuns são referentes aos materiais e equipamentos necessários para a execução da obra. Por outro lado, os serviços correspondem à mão de obra necessária para construção da edificação.
Para auxiliar na identificação desses custos, existem diversas tabelas de composição de preços. A principal delas é a tabela SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção civil), mantida pela Caixa Econômica Federal. Sua aplicação regida pelo Decreto nº 7983/2013 e Lei nº 13.303/2016, é obrigatória para obras públicas do âmbito federal.
Fechamento da orçamentação de obras
Ao encerrar a orçamentação de obras, o construtor deve estipular o seu lucro, considerando os riscos envolvidos e a concorrência. Além disso, deve levar em consideração o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).
Outra ferramenta que pode ser utilizada é a Curva ABC, ferramenta de cálculo de insumos e serviços. A Curva ABC pode ser dividida em duas: insumos e de serviços, feitas para que se tenha um resultado mais preciso sobre as condicionantes que interferem na orçamentação da obra.
O que não pode faltar na orçamentação de obras?
De maneira geral, tudo que deve ser feito é seguir as etapas apresentadas anteriormente. Além disso, é necessário criar um processo bem definido para essa fase, conduzida por profissionais com experiência no assunto.
Outro ponto importante é que se tenha um software, como o OrçaFascio, para automatizar e tornar o processo de orçamentação mais rápido. A orçamentação de obras é um dos pilares da construção civil e toda atenção dada a este tema é fundamental para uma empresa construtora, incorporadora ou empreiteira.
Agora que você já sabe o que é orçamentação, saiba também como fazer um orçamento de obras completo!
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